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O significado da palavra Sinergismo transmite a ideia de “trabalhar junto”. Esse significado destaca o esforço coordenado e unido de mais de um agente no cumprimento de um objetivo. Portanto, ao contrário do Monergismo, na visão sinergista a fé precede a regeneração. Na doutrina sinergista Deus espera pela vontade humana em responder positivamente o convite da salvação. Sinergismo é, na teologia cristã, a teoria de que o homem tem algum grau de participação na salvação, ou seja, é responsável pela sua crença ou descrença através do uso de seu próprio livre arbítrio. Os pais da igreja grega dos primeiros séculos do cristianismo e muitos dos teólogos católicos medievais eram sinergistas. Philip Melanchthon, companheiro de Martinho Lutero na Reforma Protestante, era sinergista, embora o próprio Lutero não fosse. O oposto do sinergismo é o monergismo, que corresponde à teoria de que o homem não tem nenhuma responsabilidade em sua própria salvação, sendo salvo exclusivamente pela decisão soberana de Deus. Os pensadores cristãos de diversas épocas desenvolveram diferentes formas de sinergismo, tais como o pelagianismo, o semipelagianismo e o sinergismo arminiano, entre outros. Pelagianismo: forma de sinergismo atribuída a Pelágio, um contemporâneo de Agostinho de Hipona. O pelagianismo nega a existência do pecado original. Assim, se não há pecado original, não há total depravação e todos os homens poderiam chegar à salvação pela simples prática das boas obras. O pelagianismo foi amplamente condenado em diversos concílios, tais como os de Cartago, Milevo e o Segundo Concílio de Orange, em 529 d.C.. Semipelagianismo: forma de sinergismo ensinada pelos massilianos, principalmente João Cassiano (360-435). Mesmo com a vontade depravada, o homem ainda teria um poder residual para dar os primeiros passos em direção à salvação, mas não para completá-la. O semipelagianismo também foi condenado como heresia no Segundo Concílio de Orange. Ao contrário do semipelagianismo e do pelagianismo, o sinergismo arminiano afirma a total depravação do homem em seu estado natural. De fato, com relação à depravação total, não há diferença entre o calvinismo e o arminianismo. O homem é totalmente incapaz, até mesmo, de desejar se aproximar de Deus. Para Armínio, a salvação é pela graça somente e por meio da fé somente. Mesmo para dar os primeiros passos em direção a Deus o homem precisa da graça preveniente, que foi tornada disponível a todos os homens graças à obra redentora de Jesus Cristo. Portanto, a participação do homem em sua própria salvação consiste apenas em não resistir a Deus. Todavia, nenhum homem nasce com essa capacidade de não resistir a Deus, já que todos nascem totalmente depravados, com sua natureza corrompida devido ao pecado de Adão. É a graça preveniente, outorgada por Deus a todos os homens, que restaura neles essa capacidade de escolherem a Deus, se quiserem. Portanto, para Armínio e os chamados "arminianos do coração", entre os quais podem-se citar Simon Episcopius, John Wesley, John Miley, Richard Watson, William Burton Pope e Ray Dunning, nenhum homem nasce com o livre-arbítrio, ou seja, a livre capacidade de decidir aceitar a salvação oferecida por Deus. É exatamente neste ponto que o sinergismo arminiano clássico se diferencia do pelagianismo e do semipelagianismo. Ao contrário, para Armínio, é a graça preveniente que restaura em todos os homens essa capacidade. Portanto, a expressão "livre-arbítrio", tão comumente associada à teologia de Armínio, deve ser entendida como "arbítrio liberto" ou "vontade liberta" pela graça preveniente, capacitante e cooperante. Alguns teólogos conhecidos como arminianos desviaram-se das ideias originais de Armínio e passaram a defender posições pelagianas e semipelagianas. São os "arminianos da cabeça", que seguiram as ideias do holandês Philip Limborch. Devido a esse fato, a teologia arminiana é comum e erroneamente associada ao pelagianismo e ao semipelagianismo. Em outras palavras, o Sinergismo ensina que não basta Deus querer salvar o pecador, mas o pecador também precisa querer ser salvo. Se Deus quiser salvar o homem, mas o homem não quiser ser salvo, no final prevalecerá a vontade do homem, e Deus respeitará a sua escolha.

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