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Almeida nasceu na localidade de Torre de Tavares, no Reino de Portugal. Ficou órfão ainda em criança e veio a ser criado na cidade de Lisboa por um tio que era membro de uma ordem religiosa. Pouco se sabe sobre a infância e início da adolescência de Almeida, mas afirma-se que teria recebido uma excelente educação visando a sua entrada no sacerdócio. Não se sabe o que teria levado Almeida a sair de Portugal, mas em 1642, aos quatorze anos de idade, já se encontrava na Ásia, passando por Batávia (atual Jacarta, na Indonésia) e, em seguida, Malaca. Em 1642, aos quatorze anos de idade, João Ferreira de Almeida deixou a Igreja Católica Apostólica Romana e se converteu ao protestantismo. Ao velejar entre Batávia e Malaca, ambas possessões holandesas no Oriente, Almeida pôde ler um tratado anticatólico em castelhano, intitulado "Differença d'a Christandade", posteriormente traduzido por ele em língua portuguesa. Este panfleto atacava algumas das doutrinas e conceitos do catolicismo e a utilização do latim durante os ofícios religiosos. Isto provocou um grande efeito em Almeida, de modo que, ao chegar a Malaca naquele mesmo ano, juntou-se à Igreja Reformada Holandesa e dedicou-se imediatamente à tradução de trechos dos Evangelhos do castelhano para o português. Dois anos após rejeitar as doutrinas da Igreja Católica Apostólica Romana, João Ferreira de Almeida lançou-se num enorme projeto: a tradução de todo o Novo Testamento para o português, usando como base a versão em latim de Teodoro de Beza, consultando também como fontes traduções em castelhano, francês e italiano. O trabalho foi concluído em menos de um ano, quando Almeida tinha apenas dezesseis anos de idade. Terminada em 1645, essa tradução pioneira não foi publicada. Mas o tradutor fez cópias à mão do trabalho, as quais foram mandadas para as congregações de Malaca, Batávia e Ceilão (hoje Sri Lanka). Apesar da sua juventude, enviou uma cópia do texto ao governador-geral holandês, em Batávia. A passagem de Almeida por Tuticorin (Sul da Índia), onde foi pastor por cerca de um ano (1661), também parece não ter sido das mais tranquilas. Tribos da região negaram-se a ser batizadas ou ter seus casamentos abençoados por ele. De acordo com seu amigo Baldaeus, o fato aconteceu porque a Inquisição havia ordenado que um retrato de Almeida fosse queimado numa praça pública em Goa. Foi também durante a estada no Ceilão que, provavelmente, o tradutor conheceu sua mulher e casou-se. Vinda do catolicismo para o protestantismo, como ele, chamava-se Lucretia Valcoa de Lemmes. Um acontecimento curioso marcou o começo de vida do casal: numa viagem através do Ceilão, Almeida e Dona Lucretia foram atacados por um elefante e escaparam por pouco da morte. Mais tarde, a família completou-se, com o nascimento de um menino e de uma menina. Em 1681, a primeira edição do Novo Testamento de Almeida finalmente saiu da gráfica. Um ano depois, ela chegou à Batávia, mas apresentava erros de tradução e revisão. O fato foi comunicado às autoridades da Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído de lá foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias Orientais. As autoridades holandesas determinaram que se fizesse o mesmo com os volumes que já estavam na Batávia. Enquanto progredia a revisão do Novo Testamento, Almeida começou a trabalhar o Antigo Testamento. Em 1683, completou a tradução do Pentateuco. Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a situação que acontecera na época da revisão do Novo Testamento, com muita demora e discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada — pelo menos desde 1670, segundo os registros —, Almeida teve sua carga de trabalho na congregação diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução. Mesmo assim, não conseguiu acabar a obra à qual dedicara toda a vida. Em outubro de 1691, Almeida morreu. Nessa ocasião, chegara a Ezequiel 48:31. A tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor calvinista holandês. Depois de passar por muitas mudanças, foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.



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